O Grande Oriente Martinista do Brasil, tem origem a partir de uma carta patente expedida em 22 de julho de 2019 pelo GRAN ORIENTE MARTINISTA DE CHILE Y PARA HISPANOAMÉRICA ao então Arcebispo da Igreja Gnóstica Rosa Cruz, Grande Hierofante do Soberano Santuário de Memphis Misraim da Igreja Gnóstica Rosa Cruz do Brasil.

HISTÓRICO DE NOSSA LINHAGEM

A história dessa Linhagem Russa em resumo é como segue:

O Martinismo, sobretudo na tradição de Saint-Martin, está muito próximo à alma russa, inclinada à contemplação, à vida espiritual e mística.

Desde a segunda metade do século XVIII, até a revolução Russa de 1917, o Martinismo constituiu um dos ramos favoritos do Movimento Iniciático russo. Membros da família real, da aristocracia, sábios, escritores, intelectuais, membros do Alto Clero tais como os Metropolitanos Platão e Philarete (para a metade do século XIX) tiveram o orgulho de pertencer a este grupo.

Desde a sua origem, no século XVIII, o Martinismo russo estava intimamente ligado ao movimento liberal. Mencionemos do mesmo modo o grupo dos “Martinistas de Novikov” tendo como chefe Nicolas Novikov, escritor muito conhecido naquela época, ilustre e homem de ação social durante o reino de Catarina II. Os membros mais conhecidos deste grupo eram: Lapoukhine, o Príncipe Nicolas Troubetzkoi, o Conde Pierre Tatiststchev, Ivan Tourguéniev, o profesor Schwartz Gamelei, o poeta Kheraskov, muito conhecido naquela época, etc. Os Martinistas russos honram a sua memória até o dia de hoje devido a que não só foram na Rússia os iniciadores do liberalismo ilustrado, senão que também, uma vez iniciados, ensinaram a todos os seus adeptos, o caminho a seguir, por meio da sua vida exemplar e sua experiência espiritual.

Novikov se incorpora por filiação direta ao Príncipe Kourakine, diplomático russo que, durante a sua estadia na França, conheceu pessoalmente Louis Claude de Saint-Martin, com quem tinha feito amizade e lhe confiou a missão de implantar o Martinis na Rússia.

É por isso que Novikov e o seu grupo chegaram a ser os chefes do movimento liberal, reclamando reformas, especialmente a extensão do ensinamento a toda a massa do povo e buscando em geral suavizar os costumes.

Catarina II conhecia pessoalmente Novikov, que tinha servido na guarda imperial sendo muito jovem e participou do golpe de estado pelo qual ela havia tomado o poder. Ela considerava a sua atividade de uma maneira benévola e parecia favorecer o Martinismo. A celebridade dos Martinistas se estendeu por toda Rússia e não para de desenvolver-se desde então.

Mas veio a revolução francesa e nas Cortes de todos os reinos de Europa as forças da reação acusaram as sociedades secretas de fomentar problemas, distúrbios revolucionários e de propagar ideias subversivas. A instigação dos seus conselheiros, Catarina II se afastou da sua atitude benévola. Suspeitou do grupo de Novikov, de possuir no estrangeiro, vínculos com as sociedades secretas com tendência revolucionaria, e acusou aos martinistas de fazer uma propaganda que minava as bases do poder real.

Os martinistas caíram em desgraça; o seu processo começou no início de 1791. Em abril de 1792, em Moscou, a imprensa e as livrarias foram fechadas, os estoques de livros foram confiscados. Novikov foi encerrado na fortaleza de Schlisselburgh. Outros eminentes membros do grupo, como Lopoukine, foram relegados às suas terras, alguns também foram deportados.

Assim que subiu ao trono, o imperador Paulo I, sucessor de Catarina II, concedeu anistia, por decreto de 5 de dezembro de 1796, a todos os condenados desde o julgamento de Novikov, incluindo este último.

          No início do reinado de Alexandre I, na sua fase liberal, as sociedades secretas foram novamente autorizadas. Contudo, os Martinistas não esqueceram a experiência de Novikov.

           Em 1803, no congresso de dois líderes da Maçonaria, Labzine, um Martinista e notável maçom, propôs o seguinte programa: “Enquanto a atmosfera da Rússia não estiver purificada do absolutismo, as sociedades secretas esotéricas não deverão manifestar-se em grande escala, mas que “continuarão trabalhando sob a aparência de sigilo, para que os irmãos não tenham que sofrer em caso de novas perseguições”.

           Fiel ao programa Labzine, a sociedade esotérica russa, chamada “Tradição Novikov”, não tinha qualquer relação com a confederação oficial dos maçons russos. Os irmãos continuaram a reunir-se secretamente, em pequenos grupos, em castelos rurais e apartamentos privados.

           No final do reinado de Alexandre I as sociedades secretas foram novamente perseguidas; mas desta vez os Martinistas não sofreram.

           Desde então, até à revolução de 1917, as relações entre as autoridades foram as seguintes: não ignorando a existência dos Martinistas, as autoridades se desinteressaram oficialmente e não faziam nada para impedir o seu trabalho; Os Martinistas, por sua vez, só se ocupavam da ciência esotérica e não se envolviam em política.

           Do início à segunda metade do século XIX, os Martinistas mais notáveis ​​foram Labzine, Posdeév, Speransky, ministro e autor do “Código das Leis do Império Russo”; Os famosos pintores Briullov e Alexis Tolstoy, finalmente o famoso eslavófilo Arseniev.

           Moscou foi, no século XIX e no início do século XX, o centro da iniciação martinista da filiação de Novikov. A loja “Apóstolo São Jorge” de Moscou havia transmitido a espada ritual de Novikov para Gameléi, de Gameléi para Posdeev, e deste último para Arseniev, que a transmitiu a Pierre Kaznatchéev, que em 1911 se tornou o Delegado Geral para a Rússia do Supremo Conselho da Ordem Martinista de Paris, fundindo-se da mesma forma com a antiga tradição martinista francesa.

           Acrescentemos a isto que o Martinismo Russo preservou a sua tradição na sua integridade, desde o século XVIII.

           Antes da revolução de 1917, havia três principais centros Martinistas na Rússia:

           1) A Loja “Apóstolo São Jorge” de Moscou, como Fil. Inc. Pierre Kaznatchev, um notável representante da antiga tradição esotérica russa, não só dá ciência oculta, da alquimia e do hermetismo, mas também dá alta moralidade iniciática.

           Ele herdou de seu venerável iniciador Arseniev toda a tradição de Novikov, isto é, o ensino do Martinismo, bem como “O Grau Teórico! dos Rosa Cruzes de Ouro do século XVIII.

           Entre os Martinistas de Moscou estavam os poetas Andrey Bely (que imediatamente se tornou um fervoroso antroposofista e amigo do Dr. Steiner), Maximilien Volochine, Valery Brioussov, ou o crítico Serge Kretchetov e sua esposa, uma conhecida atriz da época Lydia Ryndina; Ouspensky (autora de vários livros dedicados a assuntos esotéricos) e o filho de Pierre Kaznatchéev, Dimitri, que herdaria de seu pai a espada de Novikov e Arseniev.

           2) A Loja “Apolônio” de São Petersburgo com G. O. Von Mebes. Gregory Antonovich Von Mebés era professor de matemática e um sábio erudito no campo das ciências ocultas.

           Ele publicou em 1911, “A Enciclopédia do Ocultismo”, uma obra notável entre outros manuais russos sobre ciências ocultas, Cabala e aracnologia.

           Como Super-Grau para estudos Cabalísticos e Aracnológicos, houve, além da Loja “Apollonius”, um Capítulo “Emesch Pentagrammaton”, no qual participaram os Irmãos e Irmãs mais avançados.

  1. Mebes escreveu para a “Loja`Mesch Pentagrammaton” duas obras que distribuiu apenas nos anos iniciais deste Capítulo “O Curso Cabalístico” (explicação dos primeiros dez capítulos do “Sepher-Béreschit”, do “Cantar dos Cantares” e outros livros cabalísticos) e “A Instrução para Magia Branca Prática”.

Os irmãos e as irmãs mais avançados do seu grupo foram: os professores da Universidade de São Petersburgo Boris Tourev, o eminente egiptólogo russo e autor do livro “God Toth” (Deus o Iniciador), Zelinsky, que publicou uma série de obras e artigos sobre a iniciação na Grécia antiga; Efinov, linguista e brilhante criador das tradições esotéricas do Ocidente e do Oriente; ou poeta e historiador Viatchrslav Ivanov Zakharov que foi durante um certo tempo, representante de Nicolau II, Imperador da Rússia, perante o Dalai-Lama em Lhasa, no Tibete, (onde recebeu a iniciação lamaica); Léon Van Göer e a Sra. Voeïkov (que publicou várias obras sob o pseudônimo de “Perséfone”).

Após a revolução, o grupo Mebes continuou o seu trabalho enfrentando as circunstâncias e em 1927 ou 1928 (?) G. Mebes foi preso, depois deportado para Slovsky, no extremo Norte, após a dispersão do seu grupo.

3) A Loja “Apóstolo Santo André de Kiev, cujo Filósofo Desconhecido e Delegado da Ordem Martinista Russa (para o sul da Rússia), foi Serge Marcoutone, autor de dois livros: “A Ciência Secreta dos Iniciados e a Prática da Vida” (Paris 1928) e “A pista Iniciadora” (Paris 1956).

 Tendo em conta dois acontecimentos políticos na Ucrânia, onde o poder soviético foi definitivamente estabelecido em 1919, os mercados ucranianos foram os mais favorecidos.

 Mencionemos alguns dos nomes mais ativos da Loja “Apóstolo Santo André: Doutor Alexandre Anokhin (fuzilado pelos bolcheviques em 1920 em Kiev), Dimitri Brioukchatoff-Rostovsky, Michael Loupakoff e sua esposa Elizabeta Terapiano, Alexandre e Verter Von Erdmann, Serge de Vitt, Constantin Moukoulsky, Príncipe Dimitri Schoumitzqui, Alexandre Popov (baleado em Kiev em 1919), George Moltschanov, Paul Scoropadsky, Nicholas Rafalsky e Boris Dankovsky.

Desde 1919, os Irmãos e Irmãs refugiados na França, sob a direção de Serge Marcotoune, da Ordem Martinista da Ucrânia, começaram a trabalhar entre os refugiados russos e ucranianos em Paris.

Esta filial da Loja “Apostol San Andrés” em Paris funcionou até o início da guerra em 1939.

Depois da guerra, a Loja “Apóstolo Santo André” não renovou a sua obra, tendo o Irmão Marcoutone ido viver para Santa Cruz das Peperites, nas Ilhas Canárias.

Os Irmãos que permaneceram em Paris manifestaram, nos últimos anos, o desejo de recomeçar o trabalho.

O Irmão Marcoutone transmitiu ao Irmão Georges Terapiano, por carta de 22 de janeiro de 1970, o encargo de representar a Ordem do Martinismo Russo Antigo na França.

 O irmão Marcoutone, tendo falecido em 15 de janeiro de 1971, foi sucedido pelo Irmão Georges Terapiano.

 O dotor Philippe Encausse, filho do Dr. Papus, em seu livro, O “Mestre Philippe de Lyon” e em seu livro sobre a vida de seu pai, conta a história das relações entre os Martinistas franceses, especialmente do Dr. Papus e do Mestre Philippe de Lyon com a Família Imperial da Rússia (“Papus e Mestre Philippe na Corte da Russia”) e cita muitos documentos e testemunhos de diversas pessoas.

Tanto quanto pude apurar através dos meios Martinistas de Kiev e de Moscú, a história do Doutor Philippe Encausse corresponde à verdade.

Foi fundada na Corte uma Loja especial “A Cruz e a Estrela” (ou “De São Vladimir, batizador da Rússia”, onde Fil Inc era o Grão-Duque Nicolau Nicoláevitch.

 Se dizia nos meios Martinista que um dia a Fil Inc anunciou à assembleia que: “De agora em diante, a Irmã e o Irmão Romanoff não participarão mais das reuniões. Todos entenderam que foi a pedido de Grigorie Raspoutine”.

 Eu não soube se a Loja havia continuado ou não o seu trabalho após a demissão da Irmã e do Irmão Romanoff, uma vez que ela não era considerada regular pelos Martinista russos, Tomando isto em consideração, creio que é útil continuar a fazer pesquisas na Rússia e na França que possam esclarecer

1898-1979 – NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV MENINAS

 Nasceu na Rússia dos czares, na cidade de ROWAS, em 15 de junho de 1898, onde viveu parte de sua vida. Aos 14 anos ingressou na escola militar, onde além da preparação profissional foi orientado espiritualmente por GREGORIO OTONOVICH de MEBES.

Em 20 de dezembro de 1919, aos 21 anos, recebeu a iniciação martinista. Na cidade de São Petersburgo, Rússia, na Loja “Estella Nórdica”, pelas mãos de seu Mestre e instrutor GREGORIO OTONOVICH de Mebes que foi seu diretor espiritual durante todos esses anos. Nessa loja recebeu todos os graus martinistas.

Depois de deixar a Rússia viveu alguns anos na Alemanha onde teve atividades Martinistas, mas o advento de Hitler pôs fim a todas as escolas Iniciáticas, destruindo suas instalações e arquivos, enviando seus seguidores para campos de concertação ou tornando-os vítimas de perseguições implacáveis.

A mesma coisa aconteceu alguns anos antes com os iniciados na Rússia.

NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV MENINAS, Vendo sua difícil situação, decidiu viajar para a América em 14 de agosto de 1948. Chegou ao Chile com uma grande coincidência, sete dias antes da morte de León Tournier. Sem pensar no que aconteceria depois, estabeleceu-se em Santiago, dedicando-se. ao restauro de obras de arte, ao mesmo tempo que se dedica à pintura de belos quadros cuja principal paixão eram os cavalos.

Neste workshop em Santiago ele conheceu pela primeira vez os Martinistas que mantiveram vivos esses ensinamentos.

As reuniões foram realizadas até que as atividades martinistas no Chile fossem iniciadas e inauguradas em 26 de novembro de 1953. Na ocasião, NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV GIRS, em parte de seu discurso, expressou as seguintes palavras:

“tudo passa, tudo muda, a velha geração de ocultistas vai, mas da morte nasce a vida eterna, e sempre viverá a serpente circular que morde a cauda, símbolo da eternidade e símbolo básico do martinismo, despregamos hoje de novo, a bandeira antiga da ordem conservada em nossos corações, e inclinamos nossas cabeças diante da luminosa memória de nossos mestres e irmãos para continuar a grande obra de servir a verdade, a bondade e a beleza” …

Assim nasceu este novo movimento martinista no Chile. Já em 1957, após 4 anos de intenso trabalho, existiam várias lojas em Santiago, ASTREA, LEO ARDENS e FENIX. Outros em Valparaíso, Concepción, Talcahuano e Tomé e posteriormente em Iquique.

Nesse mesmo ano de 1957, NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV GIRS entrou em contato com as potências mundiais do Martinismo, sediadas em Paris, França, cujo conselho supremo era presidido pelo ilustre irmão Phillipi Encause, filho de PAPUS.

Desse contato surgiu a filiação da ordem Martinista do Chile à ordem Martinista de tradição, da chamada linha PAPUS.

No mês de fevereiro de 1958 foram recebidos os novos rituais e regulamentos gerais da ordem.

Ao mesmo tempo, o Sr. Nicolás Rogalev foi nomeado grande delegado nacional do Chile e foi encarregado de formar um grande conselho, do qual seria o presidente por direito próprio.

O trabalho espiritual de Nicolau Rogalev foi intenso e muito profundo, principalmente seu local de catedral.

Em 1960, as atividades martinistas estavam em pleno vigor e o trabalho estava sendo muito bem feito, aumentando a cada dia o número de candidatos que desejavam receber a iniciação martinista.

Mas a câmara dirigente da França em 1963 concordou que os grandes delegados nacionais nascessem no país, representando uma situação que deixa Don Nicolás Rogalev fora do cargo, provocando uma ruptura na organização nacional e formando no Chile duas linhas martinistas que ainda existem. Surge a via operativa e outros grupos martinistas.

Da França, Carlos Francisco Blin é nomeado grande delegado nacional do Chile. Que foi iniciado por Don Nicolás Rogalev. Nos três primeiros graus SERVIDOR INCÓGNITO. O último grau foi conferido à AMESTY no final de 1967.

Porém, em 1963 já existiam vários servidores incógnitos iniciadores no Chile.

Don NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV GIRS, além de ser Martinista, era membro do santuário soberano da ordem maçônica oriental do antigo e primitivo rito de Memphis e Misraim.

Pertencente à Maçonaria há mais de 50 anos, foi iniciado na Rússia no Rito Escocês. A ordem Martinista no Chile foi reformada pelo decreto nº 24, de 1º de março de 1969. Foi dirigida por Don Nicolás Georgevich Rogalev.

A grande Loja procede à tradicional sucessão Iniciática recebida pelo grande Magíster Nicolás Rogalev da cadeia interrompida do Martinismo Russo fundada em Moscou no ano de 1788, que vem diretamente através do Príncipe ALEXEY GOLIZIN do mesmo LOUIS CLAUDE DE SANT-MARTIN.

O muito ilustre NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV GIRS guiou e cumpriu em plenitude a atividade martinista que lhe foi confiada até os últimos dias de sua existência, sendo auxiliado por sua companheira Elena e seus amigos mais próximos e discípulos fiéis, passando a decorar o eterno oriente no dia 12 de dezembro, 1979.

Entregando antecipadamente todos os seus ensinamentos…e bens materiais…para a continuidade do seu trabalho…

Seu corpo físico foi sepultado no cemitério russo de Puente Alto e hoje quando lembramos sua saída deste plano, pensamos na partida de Louis Claude de Sant Martín.

***Quem manifestou***

A morte é só para nós a entrada no templo da glória. O combate foi liberado. A vitória foi alcançada e só ​​recebemos unicamente das mãos da morte a palma do triunfo…

Triunfo que o mui ilustre NICOLAY GEORGEVICH ROGALEV GIRS conquistou plenamente com uma vida de sacrifícios e Humildade, respeito pelos valores humanos Altruísmo e sabedoria no tratamento com os seus discípulos

Nos seus ensinamentos, simplicidade, abnegação dedicada a cumprir em todos os momentos a missão que o Altíssimo lhe confiou, desenvolvendo assim a construção de elos nos planos superiores e terrenos com honra à verdade para a criação de valores e respeito e princípios de vida para com toda a humanidade. Que sua semente seja deixada no Chile com frutos férteis que elevem a consciência universal a pilares sólidos e radiantes através do Martinismo Russo. E assim sua luz e farol partiram em seus últimos dias quando ele se despediu brilhando novamente no firmamento. Pois bem, hoje sua lâmpada é mais necessária do que nunca porque alguns de seus sonhos e legados estão totalmente adormecidos e seus desejos confiados aos planos terrestres e celestiais não foram realizados… Seu trabalho foi intenso e cheio de valores altruístas e hoje nós recordamos dele com amor por tudo que ele deu nesta vida, só vida e construção… Ao prestar esta homenagem pedimos ao Deus eterno e todo-poderoso que suas bênçãos o acompanhem sempre em seu novo lar cheio de Luz, Paz e Amor.

hoje pedimos que a justiça divina interferia no plano humano pelos seus legados deixados e ainda esperamos que as promessas de tudo deixadas pelo ilustre Nabusar nas coisas materiais e espirituais sejam cumpridas.

“Abeille”

 Para completar este artigo a respeito do Martinismo Russo, tive a tarefa de declarar que o Martinismo Russo (Tradição Novikov) é independente do Martinismo Francês, embora sua origem seja na França.

O Martinismo Russo foi e continua a ser autónomo e, após a revolução de 1917, foi regenerado em França, preservando as suas características.

 Atualmente existe, entre os dois movimentos, um encontro fraterno e feliz, um conhecimento e estima recíprocos, sendo a individualidade de cada Grupo Nacional respeitado como deve ser.

LOJA MARTINISMO FÓTONS DE LUZ

Os trabalhos com os ritos Martinistas tiveram início em São Luís com a fundação da Loja Martinista Fótons de Luz no dia 13 de junho de 2014 com patentes expedida pela Ordem Martinista Brasil e tratado de mutuo reconhecimento de ordens filosóficas da Austrália. A nossa Loja trabalha com a linhagem martinista Russa e a linhagem da MOUP ou ORDEM MARTINISTA DOS FILÓSOFOS DESCONHECIDOS.

A “ORDEM MARTINISTA DOS FILÓSOFOS DESCONHECIDOS” é uma Ordem iniciática aberta a todos os homens e mulheres de boa vontade.

  • Que pretendem fazer descer o Reino de Deus pelo despertar e pela comunhão mais intensa com a mensagem e a vida do Cristo Glorioso em seu sentido mais profundo;
  • Que acreditam que a vinda do Reino é primeiro governada por uma atividade espiritual pessoal, cujo objetivo é florir no meio da vida diária as qualidades do coração e do espírito com as quais foram confiadas;
  • Que acreditam em encontrar uma fonte de alimento espiritual no estudo dos livros sagrados e dos pensamentos humanos encontrados nas tradições herméticas, filosofia e ciência;
  • Que acreditam na ajuda dos “Mestres Passados”, tais como os Rosa+Cruzes, Pitágoras, Platão, Plutarco, Mestre Eckhart, Jacob Boehme, Swedenborg, Eckhartshausen, Martinez de Pasqually e os discípulos de Louis-Claude de Saint-Martin, Mestre Felipe de Lyon, bem como todos aqueles que os inspiraram ou que foram sempre inspirados por eles;
  • Que acreditam que o florescimento dos resultados sendo de um caminho interior que, embora distinto para todos, porém precisa de um início e um apoio, que serão encontrados mais facilmente em uma comunidade espiritual já existente;
  • Que acreditam que agora, no início da Era de Aquário, a humanidade tendo mudado, as condições de vida e especialmente o seu ritmo devem ser alterados. É tempo de preparar-nos interiormente para receber e transmitir as novas energias que nos levará a um estado de consciência mais elevado, novas responsabilidades e ações mais eficientes no meio da Criação.

O objetivo da Ordem é a Reintegração do Ser Humano em sua pureza primitiva, a cada vez mais e mais aproximar do homem a Deus. A “ORDEM MARTINISTA DOS FILÓSOFOS DESCONHECIDOS” é um dos ramos da filiação de prestígio mencionados acima. Ele transmite, com regularidade completa, através de filiação iniciática, os graus tradicionais do Martinismo. A Ordem admite em suas fileiras homens e mulheres que pretendam trabalhar em completa fraternidade para sua evolução espiritual em um movimento ascendente para o Princípio da Criação.

O objetivo a atingir é e será sempre a espiritualização individual e coletiva.” (Joanny BRICAUD: Notas Históricas sobre o Martinismo),

A este respeito, vamos mencionar as seguintes palavras escritas por PAPUS:

“…A Ordem, no seu conjunto, é sobretudo uma escola de cavalaria moral, se esforçando para desenvolver a espiritualidade de seus membros, pelo estudo do mundo invisível e suas leis, pelo exercício da devoção e da assistência intelectual e pela criação, em cada um o espírito de fé, tanto mais sólido, porque se baseia na observação e na ciência. O Martinismo deriva diretamente do Iluminismo Cristão e adotou os seus princípios. – Formando o verdadeiro centro vivo desta Universidade, que um dia vai recriar o casamento sem divisão de Ciência e Fé, sem epíteto, Martinismo tenta ser digno deste nome através da criação de escolas superiores de ciências metafísicas e fisiológicas, desdenhosamente afastou-se do clássico ensinamento sob o pretexto de que é oculto. Nossa época de ceticismo, de adoração do mundo material e do ateísmo, é tão necessária uma reação franco-cristã, independente de todos os clérigos, que em todos os países onde penetrou, o Martinismo salvou muitas almas da dúvida, do desespero e do suicídio. Ele trouxe de volta para a compreensão do Cristo muitos espíritos que certas ações clericais tinham afastado da fé. – Não pedindo aos seus membros qualquer contribuição, nem taxas de entrada na Ordem, nem pedir qualquer tributo regular das Lojas ao Supremo Conselho, o Martinismo ficou fiel a seu espírito e origens, fazendo da pobreza material sua primeira regra. – Martinistas querem ser Cristãos, livres de qualquer ligações clericais, e as acusações de “satanismo” apenas irá fazê-los sacudir os ombros, enquanto rogam Céu pedindo misericórdia para aqueles que injustamente os caluniaram. – Martinistas não praticam qualquer tipo de magia, seja branca ou preta. Eles estudam, rezam para perdoar as injustiças. – Martinismo não pede aos seus membros para qualquer juramento de obediência passiva, nem lhes impõe qualquer dogma, seja aos materialistas ou aos clérigos, deixando-os em uma perfeita liberdade de consciência. Nós simplesmente permanecemos fervorosos Cavaleiros de Cristo, inimigos da violência e da vingança, Sinarquistas resolutos, se opõem a qualquer anarquia de cima ou de baixo, em uma palavra, Martinistas como foram nossos gloriosos antepassados Martines de Pasqually, Louis Claude de Saint-Martin e Willermoz!”

O FILÓSOFO DESCONHECIDO, Luis Claude de Saint-Martin, entre suas inúmeras viagens de cunho místico, esteve na Rússia e reuniu naquele país um seleto círculo de discípulos, onde poderemos constatar vários membros da aristocracia, dentre eles: Barisowit Galitzin (iniciado em 1780 na Suíça), o príncipe Alexander  Barisowit Kurakin e os condes Norkov e vasily Nicolaievich Zinoviev. O professor universitário Ivan G. Schwartz, o príncipe Tcherkasky, o brigadeiro Tchukow, o doutor Bagrinasky, o Conde Alexei Kirilovich Razumovsky entre inúmeros outros. Podemos dizer que da última década do XVIII até a Revolução Russa de 1917, a cadeia de S.I, foi composta pela “nata” da nobreza, sábios, membros do alto clero, escritores, etc.

Na segunda metade do século XIX, os Martinistas mais notáveis foram: F. Labzine (que tinha traduzido a obra de Saint-Martin, para o russo), F. Posdeev, Speransky, ministro e autor do “código das leis do império russo”, os pintores Brulof e Ivanof, os poetas Joukocskye Boratynsky, o conde Alexis Tolstoi, e finalmente o célebre Eslavófilo Arsenief. Moscou foi no século XIX e no princípio do século XX, o centro da Iniciação Martinista; a Loja São João Apóstolo  tinha transmitido a espada ritual de Novikoff a gamalei, de Gamalei  a Posdeev, deste a Arsenief, que por sua vez a transmitiu a Pedro Kasnatcheef, o qual se converteu em 1911 em delegado geral para a Rússia de Supremo Conselho da Ordem Martinista de Paris. Papus esteve na Rússia em 1901, 1905 e 1906, pois havia encontrado uma linhagem incólume, o que não existia em outros lugares; assim, Papus foi novamente iniciado nesta nova Linhagem; neste meio tempo estabeleceu Lojas do Martinismo recriado, o que trouxe um clima de desconfiança dos SI locais, que a consideraram uma “Ordem apócrifa e espúria.

Por um período de 9 anos após a Revolução Russa de 1917, a cadeia de S.I. não sofreu qualquer perturbação, pois não representava perigo ao novo sistema. Embora as condições fossem as mais desfavoráveis possíveis, a linhagem não foi interrompida; os trabalhos continuaram até que em 1930, nova investida foi levada a cabo e nesta, novos irmãos foram fuzilados, sem nenhum tipo de julgamento. O Soberano Capítulo “Santo André Apóstolo”, continuou os seus trabalhos até o ano de 1920, por parte do irmão Serge Marcotune, quando foi exilada na França. Devemos lembrar que Sergei foi o iniciador de Armand Toussaint, em 1930, criador da AMCC. (Ordem Martinista Cavaleiros de Cristo).